08 janeiro, 2007

O Fígado na Medicina Tradicional Chinesa

O fígado, como todos os outros órgãos, tem uma função yin e outra yang. As funções yin estão ligadas à fisiologia e à bioquímica e não serão abordadas aqui; se houver necessidade, existem excelentes tratados para serem consultados. O conceito de órgão na MTC é bem mais abrangente do que o usado nas escolas ocidentais. Quando falamos no fígado, do ponto de vista energético, estamos falando do fígado propriamente, da vesícula biliar, dos olhos, dos ombros, dos joelhos, dos tendões, das unhas, dos seios, e todo o aparelho reprodutor feminino, desde ovários, trompas, útero e vagina. Por esse motivo, na MTC se diz que o fígado é o órgão mais importante para a mulher, assim como o rim é para o homem.
A energia do fígado é responsável por manter o livre fluxo da energia total do corpo. Como o movimento do sangue segue o movimento da energia, dizemos que o fígado direciona a circulação do sangue e regula também o ciclo menstrual. Mas o papel mais importante, sem dúvida é sobre o equilíbrio emocional, é a energia do fígado quem vai nos fazer responder a todos os estímulos emocionais, 24 horas por dia sem parar; daí já se deduz o desgaste intenso ao qual é submetido este sistema, e pouquíssimas atitudes são tomadas para auxiliar o fígado nesta tarefa, pelo contrário a nossa cultura parece fazer tudo para impedir o equilíbrio. Como todas as emoções boas ou más passam pelo fígado, não devemos reprimi-las a todo o momento. A repressão das emoções provoca um bloqueio da energia que vai levar à formação de calor no fígado. Este desequilíbrio energético pode se manifestar de várias formas. Dependendo da sua localização, podemos ter uma insônia, uma enxaqueca, uma precordialgia, uma hipertensão, uma gastrite, uma tensão pré-menstrual, e por aí vai.
Os adoecimentos podem ser de dois tipos, por falta ou por excesso de energia, ou usando um termo mais técnico, por vazio ou plenitude. Em relação às emoções que lesam mais especificamente o fígado vamos ter, num quadro de plenitude, a raiva, mais exatamente a raiva reprimida e, num quadro de vazio, o pânico, que agora virou síndrome de pânico.
Cabe aqui fazermos uma distinção entre sentimento e emoção. Os sentimentos geralmente fortalecem os órgãos e servem como mecanismos de defesa para o nosso organismo. Por exemplo, uma sensação de apreensão é diferente do medo. A primeira nos coloca num estado de alerta diante de uma certa situação, sem nos limitar em nada, nos protegendo dos perigos. O medo por sua vez nos limita e nos paralisa. A mesma coisa em relação a uma certa irritação que nos leva a reagir quando somos atacados ou nos sentimos lesados, que é diferente da raiva que tem um grau mais intenso. O importante é entender que todos os sentimentos atuam bem no organismo, tudo depende da intensidade e por quanto tempo. Da mesma forma que o sal, o orégano e a pimenta são temperos usados na alimentação, os sentimentos são o tempero da nossa existência. A qualidade de nossa vida dependerá da quantidade e da forma com que serão usados.
Como já foi dito, o fígado rege praticamente todo o sistema reprodutor feminino e é responsável por alterações no seu funcionamento que vão desde alterações no ciclo menstrual, os cistos de ovário, miomas uterinos, corrimentos vaginais, prurido vaginal, alterações da libido, como frigidez e impotência. Em algumas doenças só a energia do fígado está em desarmonia, e em outras existe também desequilíbrio de outros órgãos.
O fígado rege as articulações do ombro e joelhos e também os tendões de modo geral. Assim sendo, as bursites e as dores nos joelhos sem causa aparente, são sinais de comprometimento da energia do fígado. As tendinites e os estiramentos freqüentes também estão neste grupo.
Os olhos são a manifestação externa do fígado, e suas patologias também vão nos indicar algumas alterações no fígado, as mais comuns são as conjuntivites, os olhos vermelhos sem processo inflamatório, os terçóis, os pontos brilhantes que aparecem no campo visual e outros.
As unhas são outra manifestação externa das condições do fígado, e as suas deformidades ou a presença de micose vão nos sugerir algum comprometimento na estrutura yin do fígado, ou desequilíbrio prolongado da energia do fígado.
Para concluir, o fígado comanda o funcionamento do sistema nervoso e é o responsável pelas alterações funcionais como as várias formas de epilepsia, as alterações no raciocínio, os desmaios e as perdas de consciência de modo geral, e as doenças degenerativas como o Parkinson.
Todo órgão está acoplado a uma víscera que, no caso do fígado, é a vesícula biliar, que em geral tem um papel secundário para o funcionamento do sistema. Resumidamente, a vesícula atua mantendo o nosso equilíbrio postural. Todos os quadros de tonturas, vertigens, labirintites estão ligados a ela. Rege a articulação têmporo-mandibular (ATM). Todas as tensões que ficaram retidas no fígado podem descarregar nesta região e produzir um quadro de ranger os dentes (bruxismo), que se manifesta mais freqüentemente durante o sono. Ao nível emocional a vesícula biliar comanda o nosso processo de decisão, e seus desequilíbrios vão se apresentar na forma de indecisões ou mesmo desorientações, perda de rumo.
A lágrima é a secreção interna que ajuda a aliviar o fígado. Deste fato vem a importância de não se reprimir o choro, embora nem sempre seja conveniente socialmente. Mas, pode acreditar conter o choro faz mal à saúde.
Agora que já temos uma idéia de como é estar com a energia do fígado desequilibrada, vamos fazer alguma coisa para ajudar. O mais importante é a harmonia das emoções, isto é, as emoções não devem ser reprimidas. Nós devemos senti-las e deixá-las fluir, evitando o apego emocional. Depois, evitar os medicamentos químicos, as bebidas alcoólicas, os temperos picantes, se não puder evitar, usá-los com moderação. Na alimentação, optar pelas coisas de cor verde, e usar de preferência verduras cruas.
Extraído do livro Mudança de Hábito Alimentar de Dr. Fábio Miranda Pisani

Açucares e açucares

Foi na escola que eu (des)aprendi isso. Imagino que você também. A professora colocou na lousa: "Sacarose é açúcar de cana. Lactose é açúcar do leite. E Frutose é o açúcar das... ". Parece lógico. Frutose... só pode ser açúcar de frutas. Mas está errado. Aliás, duplamente errado. Dois erros: as frutas contêm sim frutose, mas contêm muitos outros açúcares, inclusive em quantidades bem superiores, inclusive glicose e sacarose. E, além disso, a frutose que é vendida purificada, isolada, em pó, nas farmácias brasileiras, essa é feita é de milho mesmo.
Doçura & Calorias
Frutose, é verdade, é bem mais doce que o açúcar comum, a sacarose. Alguma coisa em torno de 33% mais doce. No entanto, fornece as mesmas calorias em cada grama. Ou seja, cada grama de frutose, ou de sacarose, tanto faz, fornece as mesmas 4 kcal.
Frutose engorda igualzinho à sacarose. O que a favorece para quem se preocupa com o peso do corpo, é que, sendo uns 33% mais doce, basta colocar, no café, 25% menos do que se colocaria, normalmente, de sacarose. Assim, adoçando com frutose, é possível ingerir 25% menos calorias. Pode ser aritmeticamente atraente. Contudo, não vai garantir emagrecimento não, a menos que muitas outras dolorosas e amargas providências dietéticas sejam adotadas simultaneamente. Mas isso já é outro assunto. Voltemos à frutose...
Diabéticos
Diabéticos não devem ingerir açúcares de rápida absorção pelo intestino, que demande insulina imediata, como é o caso da sacarose. Os EEUU têm defendido, junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), que a frutose pode sim ser ingerida por diabéticos, sem riscos. Não deve ser mera coincidência o fato dos EEUU serem donos da patente da fabricação industrial da frutose (que não é extraída de frutas, mas sim feita de milho).
A pretensão norte-americana é firmemente combatida pelos países europeus, principalmente pelos escandinavos que, vale ressaltar, são, por sua vez, os detentores das patentes de fabricação de xilitol, sorbitol e manitol. Ou seja, de substâncias também usadas como adoçantes em produtos para dietas de diabéticos.
Os EEUU rebatem, afirmando que esses adoçantes escandinavos são laxantes, o que é também verdade. E a polêmica, onde o interesse comercial parece moldar o argumento científico, continua.
O nome das coisas
A glicose é também conhecida como dextrose. Principalmente nos livros acadêmicos de Food Science. Ali, a frutose tende a perder esse nominho associado com frutas. Ali, a nomenclatura que emerge é levulose.
Como bem sabemos, as coisas, as substâncias, os eventos, e mesmo as pessoas, eles não têm nome. O nome é uma coisa inventada pelo cérebro humano. O nome não é exatamente a coisa. O nome, muitas vezes, é menor que a coisa. E a coisa deixa de ser a coisa para ser o nome. Temos aqui mais um exemplo desse fenômeno.
A frutose é encontrada sim nas frutas e no mel. E a lactose é encontrada no leite. Mas nem todo açúcar de frutas é frutose. E nenhuma frutose disponível no mercado parece extraída do mel ou sequer de frutas, mas apenas do milho, apesar das informações difusas nos rótulos laterais desses produtos.
Milho, milho
Imagine o milho. Ele vira fubá. O fubá tem amido. Mas tem também fibras e algo em torno de 10% de proteínas. Então esse fubá é refinado, para chegarmos ao amido. Pronto. Esse produto todo mundo conhece. Ele está no mercado. E seu nome já não é exatamente amido de milho, sendo popularmente conhecido por Maizena.
O amido, quimicamente, é apenas uma longa cadeia de moléculas de glicose. Então, esse mesmo fabricante pega esse amido refinado e, com ácido clorídrico, pressão e calor, quebra essa longa cadeia, formando um xarope contendo essas moléculas de glicose. Parece complicado. Pode parecer estranho. Mas não. Em verdade, estamos falando de uma coisinha muito familiar: esse xarope está no supermercado, dentro de uma garrafa, parecendo mel, e rotulado como Karo.
Desse xarope de glicose, a indústria, por novos processos químicos ou enzimáticos, chega enfim à frutose. Ou seja, a frutose é feita, industrialmente, da glicose, que é feita do amido, que é tirado do fubá, que um dia foi milho. Nada a ver com as cerejas e o mel que os fabricantes de frutose colocam coloridamente em seus rótulos.

Luiz Eduardo Carvalho
professor da Faculdade de Farmácia da UFRJ

Você sabe o que significa VULVODINIA?

Vulvodinia é um tipo de problema que acomete a vulva, provocando um desconforto doloroso e sensações de queimação que podem durar cerca de 3 meses, na maioria dos casos.
Pode ser considerada a "doença secreta" da mulher, aquela que acomete muitas, mas apenas poucas reconhecem ser sofredoras desse mal. Um estudo científico descobriu que é bem mais comum do que se pensava e pode afetar cerca de 16% das mulheres entre 18 e 64 anos de idade. Como não costumam existir
outros sintomas, tem sido referido como problema psico-sexual. Isto pode explicar o porquê de aproximadamente 40% das pacientes não procurarem tratamento para esse tipo de caso. O processo é associado, muitas vezes, a histórico prolongado de corrimento vaginal crônico devido a candidíase e NÃO é causado por relações sexuais. Muitas das mulheres entrevistadas a respeito parecem ser mais sensíveis à dor e costumam referir dores generalizadas no corpo, também. Pode haver associação com situações como endometriose, síndrome do colo irritável, cistite de repetição e fibromialgia.
Se ocorrer esse tipo de queixa, é importante levar o problema ao médico para melhor elucidação do caso.
(fonte: Towsend Letter for Doctors,janeiro de 2.005)

Só os alimentos podem nos nutrir?

As melhores fontes de nutrientes são os alimentos naturais, sem dúvida. É claro que é melhor obter os nutrientes necessários ao corpo a partir de carne, frutas, verduras, legumes etc., mas o fato real é que mesmo os alimentos integrais não possuem as mesmas quantidades de substancias nutricionais que continham há décadas atrás. Isto se dá porque a qualidade do solo produtor de alimentos tem piorado gradativamente devido à própria interferência da mão humana. A utilização de substancias químicas as mais variadas e freqüentes tem piorado o valor do que é produzido na Natureza.
A revista Journal of the American Medical Association, uma das mais conceituadas publicações médicas do mundo, admitiu que os adultos seriam mais saudáveis se tomassem uma suplementação vitamínico-mineral diariamente apesar de terem a obrigação de aprimorar as fontes alimentares, independentemente da concordância ou não de profissionais da área científica.
Não nos esqueçamos que vivemos num mundo tóxico em que mais e mais agentes agressivos à saúde nos afetam e que devemos, acima de tudo, escolher alimentos e suplementos que nos ajudem a proteger o corpo do inevitável desgaste que, se ocorrendo com boa qualidade, pode demorar mais tempo para aparecer.