25 agosto, 2011

Calorias são todas iguais?

Primeiramente vamos à definição de caloria. Este conceito inicialmente pertence à física, e corresponde a quantidade de calor necessária para elevar em 1º Celsius 1 grama de água. O termo só entrou para medicina no inicio do século passado, quando cientistas, para medirem as calorias dos alimentos, jogavam estes no fogo, e mediam quanto determinada quantidade de água era aquecida, quanto mais quente ficasse, mais calórico era o alimento. O conceito foi evoluindo, e hoje sabemos que 1 kcal equivale a quantidade de energia necessária para elevar 1Kg de água de 14,5º a 15,5º.
Mas falar em calorias é falar em metabolismo, mas exatamente em mitocôndrias, que nossas microusinas de energia. Quanto maior a eficiência das mitocôndrias em gerar energia, mais ativo vai ser nosso metabolismo e menos calorias serão estocadas em forma de gordura.
Nós temos basicamente três fontes de energia que são provenientes dos três macronutrientes – proteínas, carboidratos e gorduras – as fibras pertencem ao grupo dos carboidratos, mas como não são absorvidas pelo organismo, não têm valor calórico. Cada grama de proteína ou carboidrato geram 4 Kcal e cada grama de gordura gera 9 kcal e cada grama de álcool, que não é nutriente, gera 7 Kcal. Porem esta matemática calórica não é tão simples, ela depende muito de como o corpo vai processar estes nutrientes. Para processar 100 gramas de carboidratos, o corpo gasta entre 5 e 10 Kcal, para 100 gramas de gordura de 3 a 5 Kcal e para 100 gramas de proteínas fica entre 20 e 30 Kcal. Então das calorias que ingerimos, uma parte delas vai ser usada para a metabolização do próprio alimento, o efeito prático deste conceito pode fazer a diferença entre estar no peso adequado ou estar acima dele.
Agora vamos entender um pouco da absorção dos alimentos ao nível da mucosa intestinal. Se a mucosa intestinal estiver integra, parte da gordura ingerida não será absorvida e se alimentação tiver quantidade adequada de fibras, estas absorverão parte desta gordura, que será eliminada pelas fezes. As fibras também reduzem a absorção dos carboidratos.
Com relação às proteínas, nós absorvemos melhor as de origem animal, as vegetais além de serem incompletas, são absorvidas com mais dificuldade. A quebra das proteínas em aminoácidos e seu transporte através da mucosa intestinal para circulação é um processo ativo o qual consome energia, como dito acima.
Nosso problema maior são os carboidratos, principalmente os simples, que logo são convertidos em glicose, e esta tem passagem passiva da mucosa intestinal para circulação, isto é não gasta energia para ser absorvida. Pior que isso, é a elevação dos níveis de insulina, que esta glicose vai produzir. Já os carboidratos complexos, que tem cadeias maiores de açucares, tem uma absorção mais lenta, sem repercussões mais intensas sobre os níveis de insulina.
As fibras como já vimos, funcionam como um carreador, eliminando do organismo não só excessos de carboidratos, gorduras e proteínas, e com isso também ajudam a reduzir as calorias que ingerimos, além de ter algum efeito sacietógeno. Mais um motivo para não nos esquecermos das frutas, verduras e legumes.

Quando falamos de calorias, é difícil não falar de exercícios físicos. Nosso gasto calórico total é composto basicamente por três variáveis: nossa TMR (taxa metabólica de repouso), pelo gasto energético ligado à digestão dos alimentos e pelos exercícios. Nossa TMR é ditada basicamente pelo tecido muscular e gira em torno de 655 a 75% da nossa energia gasta em repouso. O gasto termogênico dos alimentos varia entre 5% a 10%. Os exercícios físicos podem gastar de 15% a 30% das nossas calorias.
Como disse no inicio, na matemática das calorias, 2 e2 raramente vai ser igual a 4.