15 janeiro, 2009

Dieta de Equilíbrio Endócrino-Metabólico

A primeira vista pode parecer mais uma dieta de moda de outro verão, mas não é.
A cerca de 25 anos tenho utilizado as mais variadas dietas, com resultados também muito diversos.
Na realidade, percebi ao longo dos anos, que todas elas funcionaram de alguma forma, mas poucas conseguiram, por si só, manter o peso do paciente ao longo dos anos. E porque isso ocorre?
Não existe uma resposta simples e única para este problema. Mas 3 variáveis são determinantes: a modificação de estilo vida, reeducação alimentar e reequilíbrio endócrino-metabólico.
Não vou me ater aos dois primeiros, pois são temas já conhecidos suficientemente por quase todos, mas a questão endócrino-metabólica merece algumas considerações.
Quando falamos em metabolismo temos que pensar nas mitocôndrias, que são organelas que existem no interior das células e que são as responsáveis em ultima instância, pela geração de energia em nosso corpo.
A nossa taxa de metabolismo basal (TMB), é o quanto gastamos de energia em 24 horas, é bom lembrar que mesmo em repouso estamos gastando energia, não da para desligar nosso stand by! Por este motivo quase sempre nosso peso será menor pela manhã ao nos levantarmos, pois durante o sono, queimamos algumas calorias. Se você quer emagrecer mais durante o sono, evite carboidratos depois das 19 horas, pois fazendo isso, seu organismo vai usar o tecido gorduroso como fonte de energia, não custa nada e não tem que usar medicamento algum, é “freeware” que você já possui.
As células que tem maior concentração de mitocôndrias são as do coração, fígado e músculos.
Supondo que você queira emagrecer, não adianta apenas reduzir sua ingestão calórica, pois se comer muito pouco, seu corpo vai baixar seu metabolismo e a perda de peso logo se estabilizara. Quando se tenta emagrecer apenas com diminuição da ingestão calórica, como o corpo acaba ficando com pouca energia, o tecido muscular começa a ser destruído para gerar energia, e depois será substituído por tecido gorduroso, este é o famoso efeito sanfona.
Mais interessante é aumentar a TMB. Como coração e fígado são órgãos relativamente pequenos e não devemos aumentá-los, resta-nos aumentar a nossa massa muscular, com exercícios.
Os exercícios nos ajudam a queimar calorias durante sua prática e também por algumas horas após. Mas o mais importante, é que ao aumentarmos a massa muscular, aumentamos também a quantidade de mitocôndrias, que vão continuar queimando calorias e gerando energia, e com isso aumentando nossa TMB.
É sabido que homens emagrecem mais fácil do que as mulheres, agora você já sabe porque, é que de forma geral nós homens temos mais tecido muscular, portanto nossa TMB é mais elevada.
Os estudos mais recentes mostram que uma redução calórica moderada, algo entre 10 a 20% do gasto calórico total, mais atividade física moderada, são o melhor caminho para um emagrecimento consistente e saudável.
Atualmente já existem medicamentos naturais que também podem ter alguma ação no aumento da TMB, sem efeitos colaterais como agitação e taquicardia.
Em termos glandulares a tireóide é quem determina nosso perfil metabólico, mas na prática clinica, o hipotireoidismo clinico-laboratorial é causa de menos de 3% dos casos de obesidade.
Porém existe outra forma de hipotireoidismo, na qual ainda não temos alterações significativas dos parâmetros laboratoriais, mas clinicamente, principalmente as mulheres, apresentam sintomas como: cansaço crônico, constipação, depressão, pele seca, queda de cabelo, sensação de corpo frio, atrasos menstruais, sonolência constante, ganho de peso sem excessos alimentares, entre outros. Como este quadro ainda não deve ser tratado com reposição de hormônio tireoidiano, tratamentos como a acupuntura, fitoterapia e terapias antioxidantes conseguem ajudar bastante.
Mas o hormônio que mais nos interessa em termos de ganho de peso é a insulina.
Hoje sabemos que a principal causa de obesidade é o consumo desenfreado de carboidratos.
Em última analise todos os carboidratos devem ser transformados em glicose, pois ela é o combustível que vai ser usado dentro das mitocôndrias (organelas que existem dentro das células) para gerar a juntamente com o oxigênio que respiramos, a energia que nosso corpo precisa para funcionar.
Mas para adentrar o interior das células, a glicose precisa passar pela membrana celular, e isso só pode ser feito com a ajuda da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.
Acontece que em quem esta acima do peso, o pâncreas tem que produzir cada vez mais insulina, pois com o sangue cheio de açúcar, a membrana celular fica como que caramelizada, dificultando a ação da insulina, a isso chamamos de resistência à insulina. Este é o primeiro passo para a obesidade, diabetes e outras patologias crônicas e degenerativas.
Agora vejamos alguns dos fenômenos que ocorrem quando temos excesso de insulina no sangue:
1. Não conseguimos gerar energia a partir do tecido gorduroso, pelo contrário, a insulina alta estimula a formação de ácidos graxos (blocos básicos de gorduras) e triglicerídeos que vão ser armazenados nas células gordurosas.
2. Com a insulina alta, nossa fome e desejo de comer doces são praticamente constantes, pois como esta glicose não entra na célula, estamos sem energia.
3. O corpo passa a reter mais sal e água e diminui a eliminação de líquidos e aparece o inchaço e a elevação da pressão arterial.
4. Os aminoácidos que são utilizados para produção dos neurotransmissores (serotonina, dopamina) diminuem, e surgem a irritabilidade, sono irregular e a depressão.
Estes são apenas alguns dos efeitos principais de uma taxa elevada de insulina, para solucionar este desequilíbrio, o remédio mais eficaz é a adoção de um tratamento que envolva uma mudança de hábitos alimentares, atividade física adequada, fitoterapia, acupuntura entre ostras terapias.
Nesta situação de desequilíbrio, a dieta de Equilíbrio Endócrino-Metabolico, pode ajudar muito, desde que o paciente se envolva no tratamento e não tenha expectativa s irreais.
Este tratamento alterna períodos de restrição de carboidratos, com períodos de reintrodução de carboidratos complexos, semelhante à dieta de South Beach.
Poderão ser usados recursos naturais como a acupuntura, a fitoterapia e a terapia antioxidante, para redução de ansiedade, depressão, compulsividade, melhora do perfil metabólico, dependendo de cada caso.
Como pode se ver, o tratamento da obesidade é bastante complexo e não existe uma fórmula única que funcione para todos.
Claro que a alimentação excessiva sempre vai levar à obesidade, mas também acabamos de ver que apenas” fechar a boca”, é uma solução temporária, não factível e insatisfatória. Temos que investir na reeducação alimentar, para um emagrecimento consistente e duradouro.
E por fim um conselho que dou a todos os meus pacientes “Não queira ser emagrecida (o) pelo seu medico, comprometa-se com o tratamento e faça sua parte!!”


Dr. Fabio Miranda Pisani
CRM 43711
Acupuntura, Terapia Antioxidante e Fitoterapia Chinesa
R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí
Campinas, SP, CEP 13024-040
Fones: Clínica: 19 3254-4012 e 3254-0747
Site: www.fabiopisani.med.br

3 comentários:

Unknown disse...

Olá, Boa Tarde! O senhor já ouviu falar em um tratamento proposto por um frei no livro O CANCER TEM CURA? É que um amigo meu está com câncer no pâncreas e depois que eu li este link [http://www.cancertutor.com/Portuguese/Parte_1__Webster.htm] tento de todas as formas ajudá-lo, porque como biólogo, eu acredito muito mais no poder do tratamento alternativo. O que o senhor pode me ajudar ou conselhar?

Carolina Ferri disse...

Profissional fantástico!
Nossa família admira o seu trabalho.
Abraços.

meire oliveira disse...

Boa noite! Estou fazendo esta dieta mas nao entendo pq quando faco o teste do ketone nao da roxo so fica leve.O que pode estar acontecendo?Estou sendo acompanhada por uma nutricionista,na primeira semana perdi 4 kilos.Agora posso comer carne e meio copo de salada rsrrs.obrigada