02 abril, 2014

Insulina e excesso de peso

O entendimento do papel da insulina no sobrepeso/obesidade tem sido cada vez mais relevante para o sucesso do tratamento deste problema que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Hoje sabemos que a principal causa de obesidade é o consumo excessivo de carboidratos. Em última análise os carboidratos devem ser transformados em glicose, pois ela é o principal combustível que vai ser usado dentro das mitocôndrias (“usinas de energia” que existem dentro das células) para gerar juntamente com o oxigênio que respiramos, a energia que nosso corpo precisa para funcionar. Mas para adentrar o interior das células, a glicose precisa passar pela membrana celular, e isso é feito com a ajuda da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. Acontece que em quem esta acima do peso, o pâncreas tem que produzir cada vez mais insulina, pois com o sangue cheio de açúcar, a membrana celular fica como que caramelizada, dificultando a ação da insulina, a isso chamamos de resistência à insulina. Este é o primeiro passo para a obesidade, diabetes entre outras patologias crônicas e degenerativas. Agora vejamos alguns dos fenômenos que ocorrem quando temos excesso de insulina no sangue: 1. Não conseguimos gerar energia a partir do tecido gorduroso, pelo contrario, a insulina alta estimula a formação de ácidos graxos (blocos básicos de gorduras) e triglicerídeos que vão ser armazenados nas células gordurosas e também no fígado (esteatose hepática). 2. Com a insulina alta, nossa fome e desejo de comer doces são praticamente constantes, pois como esta glicose não entra na célula, estamos constantemente sem energia. 3. Com frequência a insulina elevada o cortisol também costuma se elevar e então o corpo passa a reter mais sal e água e diminui a eliminação de líquidos e aparecem o inchaço e a elevação da pressão arterial por exemplo. 4. Se os aminoácidos que são utilizados para produção dos neurotransmissores (serotonina, dopamina) diminuem, podem surgir a irritabilidade, sono irregular e a depressão. Estes são apenas alguns dos efeitos de uma taxa elevada de insulina, para solucionar este desequilíbrio, o remédio mais eficaz é a adoção de um tratamento que envolva uma mudança de hábitos alimentares (dieta com pouco carboidrato), atividade física adequada, fitoterapia, acupuntura, terapia ortomolecular entre outros procedimentos. E por fim um conselho que dou a todos os meus pacientes “Não espere ser emagrecida (o) pelo seu medico, comprometa-se com o tratamento, faça sua parte!!” Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br Blog: http://outrasmedicinas.blogspot.com.br

13 março, 2014

Tipos de colágeno

O colágeno é a proteína mais abundante no nosso corpo, corresponde a 1/3 das proteínas totais existentes no nosso organismo, mais ou menos 5% do nosso peso total é colágeno. Como toda proteína, o colágeno é composto aminoácidos, principalmente glicina, prolina e hidroxiprolina. É uma proteína de cadeia muito longa que se parece coma estrutura de uma corda, com as fibras entrelaçadas. O que pouca gente sabe que nós temos 19 tipos de colágenos em nosso corpo, mas nem todos são bem conhecidos quanto ao seu local de produção e sua distribuição. Vou dar alguns exemplos: o colágeno dos ossos são produzidos pelos osteoblastos, os dos dentes pelos odontoblastos, o das articulações pelos condroblastos e os da pele pelos fibroblastos. Como nosso corpo não consegue armazenar proteínas, apenas gorduras e glicogênio, o colágeno tem quer ser produzido continuamente pelo corpo, a partir dos aminoácidos que citei acima. O problema é que com o envelhecimento do corpo, começamos a diminuir a síntese de colágeno em 1% a partir dos 30 anos mais ou menos. E podemos chegar aos 50 anos com apenas 35% do colágeno necessário para fazer os reparos no nosso organismo. Normalmente quando me perguntam sobre a reposição de colágeno basicamente as pessoas estão preocupadas na grande maioria das vezes com o envelhecimento da pele, mas alguns também querem repor o colágeno das articulações. A principal função de qualquer tipo de colágeno é dar sustentação às estruturas sejam elas ossos, dentes, pele, vasos ou órgãos. Por isso o colágeno é abundante na matriz extracelular que é o arcabouço no qual todas nossas células estão mergulhadas. Vou me ater apenas ao colágeno da pele, pois é sobre ele que as pessoas mais querem saber. Na pele temos o colágeno tipo I que dá firmeza e o tipo III que mantém a elasticidade da pele, ambos são produzidos pelos fibroblastos. E a pergunta agora é, como fazer para repor estes colágenos? Existem algumas vias que funcionam de formas diferentes. A primeira e a mais conhecida é a reposição do colágeno hidrolisado. Não gosto dela pois via de regra são preparadas em capsulas e a quantidade absorvida é muito pequena. Uma saída um pouco melhor seria o uso de saches com cerca de 10 gramas de colágeno tomados em jejum pela manhã. Uma outra forma seria o uso de um precursor de colágeno hidrolissaturado. Há alguns anos atrás usei com alguns pacientes e o resultado foi bom. O principal inconveniente era o custo muito alto, pois era feito no Canada se não engano, e ficava inviável o uso continuo. É um tipo de colágeno liquido e o nome comercial é Proteincolla do laboratório Nutriscience. A terceira opção é a que uso atualmente com meus pacientes e que acho a melhor estratégia de longo prazo. Consiste em fornecer suplementos (licopeno, vitaminas C e D entre outros) para estimular os fibroblastos a produzirem mais colágenos. Como é uma suplementação, é importante deixar bem claro que neste caso deve ser usada por muito tempo. Por fim é sempre bom lembrar que o colágeno com seus vários tipos não tem a ver apenas com a questão do envelhecimento cutâneo, mas com a nossa saúde de uma forma geral. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br Blog: http://outrasmedicinas.blogspot.com.br/

23 janeiro, 2014

Frutose, outro doce vilão?

A frutose é o açúcar presente nas frutas, acho que isso não é novidade para ninguém. O que poucos sabem é o impacto da frutose na obesidade/sobrepeso, fato que vem chamando a atenção de médicos e pesquisadores ultimamente. Além das frutas a frutose pode ser obtida a partir da quebra do açúcar da cana, o que vai produzir uma glicose e uma frutose, ou a partir do xarope de milho, largamente utilizado pela indústria alimentícia. É aí que mora o perigo. Antes de continuar quero deixar bem claro que nenhuma pessoa que queira emagrecer deva deixar de consumir frutas! Nas frutas a frutose está presente junto com os minerais, vitaminas e fibras, e o seu consumo adequado é muito saudável. Portanto elas podem e devem ser consumidas durante o processo de emagrecimento, mas determinando-se a quantidade e frequência de acordo com seus índices e carga glicêmicas. O nosso grande problema com a frutose está na sua utilização pela indústria alimentícia. Como a frutose tem sabor muito doce (cerca de 70% mais doce do que a sacarose) e seu custo de produção é muito mais baixo, as alimentícias vem aumentando cada vez mais seu uso em detrimento da sacarose. Só para termos uma ideia, há poucos anos atrás nosso consumo diário de frutose era em torno de 20 gramas por dia, basicamente provindo das frutas. Atualmente está consumo está perto de 100 gramas por dia! A frutose é transformada em glicose no fígado por uma enzima chamada frutoquinase. A glicose gerada desta forma só poderá ser usada pelo próprio fígado para gerar energia, ser convertida me glicogênio hepático ou transformada em triglicérides (gordura). Quando os estoques de glicogênio hepáticos estiverem repletos estes ácidos graxos (triglicerídeos) poderão se depositar no próprio fígado, causando a esteatose hepática ou ir para circulação sanguínea e se depositar no tecido gorduroso causando ganho de peso. Então, frutose em excesso pode sim engordar! Este caminho metabólico é muito diferente do que acontece com o outro açúcar, a glicose, que pode ser utilizado em quase qualquer parte do corpo. Um estudo recente demonstrou que a frutose pode gerar alterações no cérebro que nos levam a comer em excesso. O estudo mostrou que ingestão excessiva de frutose pode levar a uma redução dos hormônios que produzem saciedade. Isso ocorre porque a frutose consegue chegar até o hipotálamo (onde estão os centros da fome e da saciedade), produzindo alterações no seu funcionamento. Outra alteração importantíssima provocada pela frutose (quando em excesso) é a disbiose intestinal, que também é agravada pelo consumo excessivo de carboidratos refinados entre outros. A disbiose intestinal sabemos hoje, está associada a um grande número de patologias como alergias, asma, otites e amigdalites de repetição, rinite, bronquite, autismo, TDAH, candidíase entre várias outras. Por fim, a ideia de escrever este artigo foi para alertar para os riscos que corremos quando consumimos produtos alimentícios industrializados, que atualmente recebem grandes quantidades de xarope de milho rico em frutose. Novamente friso que a frutose presente nas frutas não costuma causar estas alterações, portanto podemos e devemos utilizar as frutas na nossa dieta! Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br Blog: http://outrasmedicinas.blogspot.com.br

28 novembro, 2013

Vitamina D

Nos últimos 5 anos a vitamina D ficou “famosa” e tem sido objeto de vários estudos que justificam esta fama repentina. A vitamina D existe em 2 formas principais: o colecalciferol e o calcitriol. Na verdade um fato que poucos conhecem é que o colecalciferol é a vitamina D propriamente dita, mas o calcitriol comporta-se como um hormônio. Alguns pesquisadores para descrever melhor a vitamina D, já falam de um complexo D a exemplo do complexo B. Os estudos mostram que para a nossa saúde o calcitriol é mais importante para que o colecalciferol, pois ele faz funcionar 10% de todos os genes que possuímos, ao passo que o colecalciferol inibe estes mesmos genes. Resumindo o calcitriol é um imunomodulador e o colecalciferol é imunossupressor. Valores baixos de colecalciferol pode não ser sinal de carência de vitamina D, mas podem indicar uma doença autoimune em evolução e ou uma infecção crônica (subclínica) que podem estar desregulando o metabolismo intracelular da vitamina D levando a uma diminuição da imunidade por alterações dos macrófagos e linfócitos (células de defesa). Se tivermos níveis muito baixos de colecalciferol e altos níveis de calcitriol podemos estar diante de um doença autoimune, reumatismo ou esclerose múltipla por exemplo. Se apenas suplementarmos com colecalciferol, podemos estar apenas tratando os sintomas e deixando a doença de base evoluir. Mais um motivo para não usar vitaminas sem orientação profissional adequada. É importante entender aqui que baixos níveis de vitamina D pode não ser carência dela, mas pode estar indicando que uma patologia mais grave esteja consumindo quantidades maiores de vitamina. Para nós médicos fica a lição de que devemos pedir a dosagem de calcitriol e não apenas do colecalciferol. Outro uso importante da vitamina D é para o tratamento e prevenção da osteoporose. Normalmente usávamos o colecalciferol, que agora sabemos, pode até piorar a osteoporose pois estimula a ação dos osteoclastos. Osteoporose pode ser melhor tratada usando-se cálcio, magnésio, boro, vitamina K entre outros nutrientes. Com níveis muito baixos de vitamina D por longos períodos teremos aumento do risco de câncer, doenças cardiovasculares, doenças reumáticas, diabetes tipo 2, AVC, Alzheimer e inúmeras outras patologias. Por outro lado níveis elevados de vitamina D por longos períodos podem elevar risco de câncer de próstata, esôfago, estomago e pâncreas. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br

24 novembro, 2013

O Colesterol não é o vilão das Doenças Cardiovasculares

Artigo perfeito!!!Felizmente estamos descobrindo o verdadeiro vilão a “inflamação silenciosa", que é a base de quase todas as patologias crônico degenerativas. Recomendo que leiam e se acharem adequado enviem para amigos e familiares. É um texto longo mas muito bem escrito pelo Dr Lundell. Nós médicos, com todo o nosso treinamento, conhecimento e autoridade, frequentemente adquirimos um ego bastante grande que tende a tornar difícil admitirmos que estamos errados. Então, aqui vai. Eu admito abertamente estar errado. Como cirurgião cardíaco com 25 anos de experiência, tendo feito mais de 5000 cirurgias de coração aberto, hoje é o meu dia de corrigir o malfeito com fatos médicos e científicos. Treinei por muitos anos com outros médicos proeminentes rotulados "formadores de opinião". Bombardeado com literatura científica, continuamente assistindo seminários, nós formadores de opinião insistimos que a doença cardíaca resultava do simples fato de colesterol sanguíneo elevado. A única terapia aceita era prescrever medicações que abaixam o colesterol e uma dieta que restringe severamente a ingesta. A segunda parte, é claro, insistíamos que iria baixar o colesterol e a doença cardíaca. Desvios dessas recomendações eram considerados heresias e provavelmente resultariam em má-prática. Não está funcionando! Essas recomendações não são mais científica ou moralmente defensíveis. A descoberta, alguns anos atrás, de que a inflamação na parede arterial é que é a causa real da doença cardíaca, está lentamente levando à uma mudança de paradigma em como a doença cardíaca e outras aflições crônicas serão tratadas. As antigas recomendações dietéticas criaram uma epidemia de obesidade e diabetes, cujas consequências fazem qualquer outra praga histórica parecer insignificante em termos de mortalidade, sofrimento humano e impacto econômico. Apesar do fato de que 25% da população toma medicamentos (estatinas) caros e de que reduzimos o conteúdo de gordura em nossa dieta, mais americanos vão morrer esse ano de doença cardíaca do que nunca. Estatísticas da Associação Cardíaca Americana mostram que 75 milhões de americanos atualmente sofrem de doença coronariana, 20 milhões tem diabetes e 57 milhões são pré-diabéticos. Essas desordens estão afetando pessoas cada vez mais jovens, em números crescentes a cada ano. Colocando de maneira simples, sem a inflamação estar presente no corpo, não há como o colesterol se acumular na parede dos vasos sanguíneos e causar doença cardíaca e infartos. Sem inflamação, o colesterol vai se mover livremente através do corpo como a natureza quis. É a inflamação que faz com que o colesterol fique preso. Inflamação não é complicada - é simplesmente a defesa natural do seu corpo a um invasor tal como bactérias, toxinas ou vírus. O ciclo da inflamação é perfeito em como ele protege o seu corpo desses invasores bacterianos e virais. Entretanto, se nós expusermos o corpo cronicamente aos danos causados por toxinas e comidas que o corpo humano nunca evoluiu para processar, ocorre uma condição chamada inflamação crônica. A inflamação crônica é tão maléfica quanto a inflamação aguda é benéfica. Qual pessoa consciente iria de boa-vontade expor-se repetidamente a comidas ou outras substâncias que sabidamente causam mal ao corpo? Bem, os fumantes talvez, mas pelo menos eles fizeram essa escolha conscientemente. O resto de nós simplesmente seguiu a dieta recomendada que é pobre em gordura saturada e rica em gordura poli-insaturada e carboidratos, não sabendo que estávamos causando agressões repetidas aos nossos vasos sanguíneos. Essa agressão constante cria inflamação crônica, levando à doença cardíaca, infartos, diabetes e obesidade. Deixe-me repetir isso: os danos e a inflamação em nossos vasos sanguíneos são causados pela dieta com pouca gordura, recomendada por anos pela medicina convencional. Quais são os maiores culpados pela inflamação crônica? Simplesmente, eles são a sobrecarga de carboidratos simples, altamente processados (açúcar, farinha e todos os produtos feitos a partir deles) e do excesso no consumo de ômega-6, presente em óleos vegetais tais como soja, milho e girassol, encontrados em tantas comidas processadas. Tire um momento para visualizar o esfregar de uma escova dura repetidamente sobre pele macia até que ela fique muito avermelhada e próxima do sangramento. Faça isso diversas vezes ao dia, todo dia por cinco anos. Se puder tolerar a escovação dolorosa, você vai ter um sangramento, uma área inchada e infeccionada que vai ficar pior a cada agressão. Essa é uma boa maneira de visualizar o processo inflamatório que pode estar acontecendo dentro do seu corpo bem agora. Independente de onde o processo inflamatório ocorre, interna ou externamente, é o mesmo. Eu já olhei dentro de milhares e milhares de artérias. Uma artéria doente aparenta como se alguém pegasse uma escova e esfregasse repetidamente contra sua parede. Diversas vezes por dia, todos os dias, as comidas que comemos criam pequenos ferimentos que se compõem em mais ferimentos, fazendo com que o corpo responda contínua e apropriadamente com inflamação. Enquanto desfrutamos o sabor delicioso de um rolinho adocicado, nossos corpos respondem alarmantemente como se um invasor tivesse chegado declarando guerra. Comidas carregadas de açúcar e carboidratos simples, ou processadas com ômega-6 para terem longa duração, tem sido a base da dieta americana por 6 décadas. Essas comidas tem lentamente envenenado a todos. Como é que que comer um rolinho açucarado cria uma cascata de inflamação que te deixa doente? Imagine derramar melado no seu teclado, e você tem um visual do que ocorre dentro da célula. Quando consumimos carboidratos simples tais como açúcar, a glicose no sangue aumenta rapidamente. Em resposta, o seu pâncreas secreta insulina cujo objetivo primário é direcionar o açúcar às células, onde ele é estocado como energia. Se a célula está cheia e não precisa de glicose, ele é rejeitado para não atrapalhar o funcionamento. Quando sua célula rejeita a glicose extra, o açúcar no sangue aumenta - produzindo mais insulina e a glicose é convertida e armazenada como gordura. O que isso tem a ver com inflamação? O açúcar sanguíneo é controlado em uma faixa muito estreita. Moléculas "extra" de açúcar se juntam a uma variedade de proteínas que por sua vez danificam a parede do vaso sanguíneo. Esse ataque repetido dispara a inflamação. Quando você aumenta seu nível de glicose diversas vezes por dia, todo dia, é exatamente como esfregar uma lixa no interior dos seus delicados vasos sanguíneos. Apesar de você pode não ser capaz de ver, descanse tranquilo sabendo que ele está lá. Eu vi em mais de 5000 pacientes de cirurgia em um intervalo de 25 anos - todos com um denominador comum: inflamação em suas artérias. Vamos voltar ao rolinho açucarado. Aparente inocente, a guloseima não apenas contém açúcar, mas também é achada em um dos muitos óleos ômega-6 tais como soja. Chips e batatas fritas são embebidos em óleo de soja. Comidas processadas são feitas com ômega-6 para ter mais duração. Apesar de os ômega-6 serem essenciais à vida (são parte de cada membrana controlando o que entra e o que sai da célula) - eles precisam estar em equilíbrio com os ômega-3. Se o balanço se desequilibra pelo consumo excessivo de ômega-6, a membrana celular produz químicos chamados citocinas, que causam inflamação diretamente. A dieta americana padrão vem produzindo um desequilíbrio extremo dessas duas gorduras. A proporção do desbalanço vai de 15:1 a 30:1, a favor do ômega-6. Isso é uma quantidade tremenda de citocinas, causando inflamação. No ambiente alimentar moderno, uma proporção de 3:1 seria ótima e saudável. Para tornar o caso ainda pior, o peso excessivo que você carrega por comer essas comidas cria células de gordura sobrecarregadas, que produzem grandes quantidades de químicos pró-inflamatórios, adicionando à agressão causada pela alta glicemia sanguínea. O processo que começou com um rolinho açucarado torna-se um ciclo vicioso ao longo do tempo, criando doença cardíaca, pressão alta, diabetes e finalmente doença de Alzheimer, à medida que o processo inflamatório segue incontido. Não há como escapar do fato de que quanto mais consumimos comidas preparadas e processadas, mais acionamos o processo inflamatório pouco a pouco, diariamente. O corpo humano não pode processar, nem evoluiu para consumir comidas cheias de açúcar e encharcadas de óleos ômega-6. Só há uma resposta para aquietar a inflamação, e é retornar às comidas mais próximas de seu estado natural. Para construir músculos, coma mais proteína. Escolha carboidratos muito complexos tais como frutas coloridas e verduras. Exclua ou diminua os ômega-6 causadores de inflamações, tais como óleos de soja e milho, e as comidas processadas feitas com eles. Uma colher de sopa de óleo de milho contém 7.280mg de ômega-6; óleo de soja contém 6.940mg. Ao invés, use azeite de oliva ou manteiga de gado alimentado com pasto. Gorduras animais contém menos de 20% de ômega-6 e são muito menos propensas a causar inflamação do que os supostos óleos poli-insaturados, ditos saudáveis. Esqueça a "ciência" que foi martelada na sua cabeça por décadas. A ciência de que a gordura saturada sozinha causa doença cardíaca, é inexistente. A ciência de que a gordura saturada aumenta o colesterol sanguíneo é também muito fraca. Uma vez que agora sabemos que colesterol não é a causa da doença cardíaca, a preocupação com a gordura saturada é ainda mais absurda atualmente. A teoria do colesterol levou às recomendações de pouca ou nenhuma gordura, que por sua vez criaram as mesmas comidas que hoje causa a epidemia de inflamação. A medicina convencional cometeu um erro terrível quando aconselhou as pessoas a evitar gordura saturada em favor de comidas ricas em gorduras ômega-6. Nós agora temos uma epidemia de inflamação arterial levando a doença coronariana e outros assassinos silenciosos. O que você pode fazer é escolher comidas integrais que sua avó servia, e não aquelas que para as quais a sua mãe se voltou quando os corredores dos supermercados se encheram com comidas manufaturadas. Ao eliminar comidas inflamatórias e adicionar nutrientes essenciais de comida fresca, não-processada, você vai reverter anos de danos em suas artérias e no resto do corpo, causados pelo consumo da dieta americana típica. Dr. Dwight Lundell foi Chefe do Corpo Médico e Chefe de Cirurgia no Hospital de Cardiologia de Banner em Mesa, Arizona. Sua clínica privada, Centro de Cuidado Cardíaco, era também em Mesa. Recentemente, o Dr. Lundell deixou a cirurgia para focar no tratamento nutricional da doença cardíaca. Ele é o criador da Fundação Humanos Saudáveis, que promove saúde humana com foco em ajudar grandes corporações a promover bem-estar. Ele é também o autor de A cura para a doença cardíaca e A grande mentira do colesterol.

02 novembro, 2013

Stress: classificação e tratamentos

“Estou estressado”! Essa é uma das queixas mais ouço todos os dias em minha clínica. Mas como muitas vezes acontece, as pessoas rotulam de stress sintomas como ansiedade, irritabilidade, “nervosismo”, angústia, preocupação entre outros. Por isso pensei em escrever um pouco sobre stress para ajudar a clarear os fatos. A classificação mais usada atualmente é a que foi criada por Hans Selye em 1936, na qual ele dividia o stress em 3 fases, mas atualmente foi acrescentada mais uma fase. São elas: 1. Fase de Alerta 2. Fase de Resistência 3. Fase de Exaustão 4. "Burn out" Do ponto de vista orgânico quando falamos de stress estamos falando das suprarrenais, que são pequenas glândulas localizadas sobre os rins e que produzem um hormônio chamado cortisol. A dosagem deste hormônio pode nos auxiliar a identificar em que fase do stress uma pessoa se encontra. Os sintomas e sinais variam dependendo da fase do stress em que o paciente se encontra e portanto o tratamento também é diferente. A fase de alerta pode ser considerada como benéfica para a espécie humana, pois é graças a ela que sobrevivemos até hoje. É nesta fase que ocorre a liberação de adrenalina para que enfrentemos determinada situação, nos sentimos energizados e prontos para correr ou lutar, conforme seja melhor para nós. Passado o estimulo que gerou esta reação, nossa fisiologia volta ao normal. Importante frisar que nesta fase tanto o estimulo estressor quanto o tempo que ele dura são curtos. Nesta fase temos elevação da adrenalina e também do cortisol, geralmente esta fase não requer tratamento. Se os agentes estressores são mais intensos e se apresentam com uma frequência maior no cotidiano destas pessoas nós entramos na fase de resistência. E neste momento os sintomas começam a surgir e os órgãos ou sistemas mais frágeis são os alvos iniciais. Nesta fase as alterações costumam ser mais funcionais do que lesionais como veremos a seguir. Existe uma gama imensa de sinais e sintomas, vou listar apenas os mais comuns. Dores de cabeça, enxaqueca, insônia, bruxismo, diminuição da concentração e memória, tremores, espasmos musculares, tonturas, zumbidos no ouvido, crises de choro, pés frios, mãos suadas, boca seca, irritabilidade, azia, náuseas, constipação, diarreia, dispneia, pânico, dor no peito, palpitações, diminuição da libido, cansaço constante, fraqueza, fadiga constante, oscilações de humor frequentes, depressão, entre outros. Nesta fase podemos ter já uma elevação mais marcada do cortisol e adrenalina. Aqui a duração do estimulo estressor é prolongada. Se os agentes estressores continuam agindo por muito tempo vamos entrar na fase 3 ou de exaustão, onde os sintomas e sinais da fase de resistência continuam, mas aqui já podem ocorrer manifestações orgânicas lesionais como: hipertensão arterial, úlceras gastroduodenais, colites, diminuição da imunidade, câncer, psoríase, vitiligo entre outras patologias. Neste momento vamos ter cortisol bastante elevado. E numa fase mais extrema, mas que já não é tão rara atualmente temos a fase de exaustão total ou “burn out” onde as suprarrenais entram em falência e o cortisol despenca. Nesta fase as forças se esgotam e a pessoas vai se apresentar totalmente prostrada e sem forças para nada, é o fim da linha. Como tratar? Antes de qualquer ação médica, a pessoa tem de ser conscientizada de que deve alterar seu modo de vida de forma a reduzir ou eliminar agentes estressores quando possível. Aprender algum tipo de meditação e ou iniciar algum tipo de atividade física vai ajudar muito. A acupuntura é um excelente recurso para ajudar na recuperação em qualquer fase do stress, infelizmente ainda é pouco procurada para esta finalidade. Ainda dentro da medicina natural, terapia ortomolecular existem muitas plantas e suplementos que podem ajudar a equilibra os níveis de cortisol praticamente sem efeitos colaterais. Do meu ponto de vista o mais importante é identificarmos em que fase do stress o paciente se encontra e a partir daí elaborar uma estratégia de tratamento, não resolve só mandar a pessoa relaxar, esta conduta seria como ignorar o problema ao invés de resolve-lo. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br

Disbiose Intestinal I

Não é novidade para ninguém que nas últimas décadas nossos hábitos alimentares mudaram para pior. Estamos consumindo cada vez mais alimentos processados e os alimentos em seu estado natural estão cada vez mais contaminados por antibióticos, hormônios, fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas. Isso sem contar o empobrecimento do solo que produz alimentos com concentrações cada vez mais baixas de minerais e outros nutrientes. O processamento industrial dos alimentos tem nos levado a comer quantidades cada vez maiores de carboidratos refinados, que estão presentes em quase tudo que comemos. Como os alimentos industrializados tem que durar mais tempo nas prateleiras, o número de aditivos presentes neles como os conservantes, acidulantes, flavorizantes e corantes é muito grande. E o pior é que ainda não sabemos ao certo como estes aditivos estão afetando nossa saúde. O número crescente de substancias estranhas que ingerimos com os alimentos aliado a quantidade absurda de poluentes ambientais que penetram em nosso corpo não só pela boca, mas também pela pele e pela respiração tem levado, do meu ponto de vista, a uma perda da capacidade de absorção adequada ao nível do intestino delgado e uma sobrecarga na função de destoxificação hepática. Estes dois fatores citados acima tem sido considerados por pesquisadores como os mais importantes na gênese de várias patologias que tinham baixa prevalência há 30 ou 40 anos atrás como obesidade, síndrome do cólon irritável, artrite reumatoide, vários tipos de câncer e algumas patologias ligadas ao sistema nervoso como TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), autismo, depressão. A mucosa intestinal é formada uma única camada de células (diferente da pele que possui várias camadas), que separa a luz intestinal da circulação sanguínea. Esta barreira celular pode ser considerado uma “peneira inteligente”, pois quando está funcionando normalmente consegue separar o que vai ser absorvido e levado até o fígado para metabolização e do que deve ser eliminado. O processo de digestão, separação e absorção intestinal não poderia existir sem a ajuda da flora intestinal (hoje chamada de microbiota o microbioma intestinal). A microbiota intestinal é composta por bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos benéficos quase que na sua totalidade. O equilíbrio desta flora impede que micro-organismos patogênicos cresçam e provoquem doenças no corpo. O desequilíbrio da flora intestinal é chamado de disbiose intestinal. Em nosso corpo temos cerca de 10 trilhões de células e 100 trilhões de micro-organismos que habitam em sua maioria na flora intestinal. Apesar do número impressionante, a flora intestinal pesa relativamente pouco, cerca de 2 kg, e a cada evacuação mandamos embora boa parte dela, mas que logo é recomposta. Quando substancias toxicas chegam ao nosso intestino elas lesam a mucosa aumentam a sua permeabilidade que se torna menos seletiva e com isso permite que grandes moléculas, toxinas, metais pesados e micro-organismos penetrem na circulação sanguínea. Todo esse “lixo” (via sistema porta) vai chegar o fígado, que quase sempre dá conta de se livrar das toxinas. Mas quando isso não acontece nosso sistema imune vai entrar em ação e começam as hipersensibilidades, as intolerâncias e as alergias alimentares e outras doenças ligadas ao sistema imune. Atualmente estudos indicam que o tratamento da obesidade deve incluir também o tratamento da disbiose intestinal, fazer uma recomposição da microbiota intestinal. Existem várias espécies de micro-organismos no intestino, mas os lactobacilos e as bifidobactérias com suas cepas parecem ter o papel importante no ganho de peso. A disbiose pode levar ao aumento de peso por vários caminhos, vou apenas cita-los, pois ainda são objeto de estudos. a. Aumento de absorção de gorduras b. Alteração da glicemia e dos níveis de insulina c. Indução de aumento da célula de gordura Postarei Disbiose Intestinal II em breve. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com

Cuidado com a sucralose

Segue um artigo do Dr Sergio Vaisman que é um alerta para quem usa sucralose, principalmente se estiver acima do peso. A minha sugestão de adoçante natural é a Stevia 100% sem adição de outros adoçantes químicos. Eu uso e o sabor é muito bom. No Brasil já temos várias marcas comerciais. Segue o texto: Um dos mais populares adoçantes artificiais não calóricos largamente utilizado nos tempos de hoje foi considerado como uma completa fraude. Um novo estudo publicado na revista DIABETES CARE revelou que a SUCRALOSE, que comumente se indica como seguro para diabéticos, acaba por promover piora no estado geral daqueles que a consomem. Pesquisadores da Washington University School of Medicine revelaram esta descoberta apos avaliarem os efeitos metabólicos do consumo da sucralose num pequeno grupo de 17 indivíduos, todos obesos e que não utilizavam outros adoçantes no início da pesquisa. Todos os participantes passaram a usar sucralose antes de se submeterem a exame de sangue para dosagem da tolerância à glicose. Na conclusão do estudo, verificou-se que os indivíduos que utilizaram sucralose rapidamente demonstraram mudanças na produção de insulina e nos seus níveis sanguíneos dessa substancia. Concluíram também que uma simples dose de sucralose aumenta a concentração de glucose em cerca de 0.6 nanomoles por litro (uma medida que se realize laboratorialmente).Essa mesma dose também aumenta a intolerância à insulina. Em suma, concluiu-se que esse adoçante aumenta a concentração de glucose no sangue e as respostas orgânicas à insulina em pessoas principalmente obesas. Além de tudo isso, existe uma inverdade no fato da sucralose ser referida como absolutamente natural. Trata-se de uma substancia sintética, produzida em laboratório, e que contem uma molécula de cloro em seu interior que, quando liberada, compete com o iodo que possuímos no organismo, e tenta alojar-se nos tecidos da tireoide, propiciando quadro de hipotireoidismo. Esta possibilidade é grande e torna o produto potencialmente mais perigoso ainda. Para completar, a sucralose também é implicada na produções de distúrbios gastrointestinais e enxaqueca. Não devemos nos colocar simplesmente passivos ao ouvirmos anúncios “milagrosos” emitidos pelas industrias que fabricam os adoçantes artificiais. Ainda mais, a sucralose também é implicada na produção de distúrbios gastrointestinais e enxaqueca. Da mesma forma que o ASPARTAME, largamente usado no mundo inteiro e cientificamente como tóxico, a SUCRALOSE também é responsável por prejudicar a saúde de forma bem evidente. Os obesos, principalmente os diabéticos, devem ficar alertas frente às propagandas enganosas desses produtos. (maio de 2013)

30 outubro, 2013

Trigo, obesidade e outras doenças

Nos últimos anos tem crescido o número de pessoas que tem parado ou tem tentado parar de usar o trigo em sua alimentação. Penso que esta aversão ao trigo tem aumento por conta do maior acesso que as pessoas tem tido às informações, principalmente internet, a respeito da intolerância ao glúten e doença celíaca. É inquestionável também que estamos consumindo trigo numa escala nunca experimentada pela espécie humana, é cada vez mais difícil encontrar algo para comer que não tenha trigo, penso que talvez nossos organismos não estejam conseguindo lidar com tanto trigo. Esta avalanche de trigo iniciou-se nos USA, para variar um pouco, em 1985 quando foi criado o “Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol”. A ideia básica deste programa foi diminuir o consumo de gorduras em geral e estimular o consumo de grão e cereais na dieta do americano comum, para evitar em tese o aumento do colesterol. É importante ressaltar que até este momento, os americanos não viviam esta epidemia de obesidade galopante que hoje os assola, por isso este programa foi um marco, negativo é claro, embora a ideia parecesse boa. No final não só não conseguiu controlar o colesterol (que pelo contrário aumentou) e acabou por criar gerações de obesos. Nestes mais de 30 anos de clinica já vi apontarem vários culpados para a obesidade, como gorduras, açúcar e sedentarismo, mas acho que a verdadeira praga é o consumo desenfreado de alimentos com trigo. Quero deixar clero que não defendo nenhum radicalismo com relação ao consumo de trigo, mas penso que o seu consumo deveria ser muito menor do que é hoje. Deixando os americanos de lado, vamos a trigo nosso de cada dia, que por sinal está longe de ser aquele trigo de algumas décadas atrás. Atualmente já passou por tantas “melhorias” genéticas que daria para lhe dar outro nome. Hoje temos várias espécies, o Triticum aestivum, que é o trigo comum que usamos. Também temos o Triticum durum, do qual são feitos os macarrões e o Trigo einkorn (espécie de trigo selvagem), só para citar alguns exemplos. O que diferencia uma espécie da outra é a proporção de carboidratos, proteínas e fibras. O Trigo aestivum é disparadamente o mais usado pela indústria alimentícia e vamos ver porque mais à frente. O trigo é composto por proteínas, carboidratos e fibras em proporções que diferem de uma variedade para outra da planta. O glúten é a proteína do trigo, a principal proteína, pois existem cerca de mil outras, só que em pequena quantidade. Na verdade o glúten abrange duas famílias de proteínas, as gliadinas e as gluteninas. Quando falamos em doença celíaca ou na intolerância ao glúten, as gliadinas são as responsáveis pelas reações imunológicas e inflamatórias presentes nestes casos. Além do trigo o glúten também está presente na cevada, no centeio, na espelta, no triticale e em quantidade bem menor na aveia. Existem 3 tipos de gliadinas: as α/β, δ e ω. Se tomarmos uma massa para pizza fresca e a lavarmos vamos retirar os carboidratos e o que vai sobrar é o glúten, que é como uma cola. É ele que dá elasticidade e permite moldar as massas, sem ele a massa fica esfarelada. O glúten está envolvido em várias patologias como: asma, dermatite, refluxo gastresofágico, doença inflamatória intestinal, dores articulares entre outras. A doença celíaca é basicamente um quadro de inflamação da mucosa intestinal causada pelo glúten. Esta inflamação altera a mucosa intestinal de tal forma que a absorção dos nutrientes fica muito comprometida levando a um quadro de desconforto abdominal, diarreia, mal absorção intestinal e desnutrição acentuada. Infelizmente nós médicos demoramos para identificar a doença celíaca, principalmente na fase inicial onde a diarreia e a desnutrição ainda não são tão pronunciadas. Para as pessoas que tem intolerância ao glúten o tratamento é simplesmente não usar nada que contenha glúten, quer seja do trigo ou de qualquer outra fonte, isto quer dizer que não existe um medicamento para tratar esta condição. Mas quem já tentou sabe que é muito difícil retirar o trigo da alimentação. O primeiro motivo é porque quase tudo tem trigo! Mas é muito difícil porque o trigo causa uma tipo de dependência, explico a seguir. Quando o glúten (que é uma proteína) sofre a digestão pelos ácidos estomacais ele é quebrado em estruturas menores chamadas peptídeos. Estes peptídeos vão pelo sangue até o cérebro, onde se ligam a receptores de morfina que dão o maior barato! Estudos também indicam que estes peptídeos possam estar envolvidos com os quadros de TDA/H (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), autismo (aqui em conjunto com a caseína (proteína do leite) e até piora de quadros de esquizofrenia. Além do da proteína o trigo é composto principalmente por carboidrato. O Triticum aestivum (que é aquele que consumimos diariamente) possui cerca de 70% de carboidratos e 10 a 15 % de proteínas e fibras. O carboidrato do trigo é um amido (que é uma longa sequência de moléculas de glicose). Este amido do trigo é de dois tipos a amilopectina (cadeia ramificada de glicose) e a amilose (cadeia linear de glicose). Estes amidos são digeridos por uma enzima chamada amilase (presente na saliva e intestino delgado). Porem a amilase digere melhor a amilopectina do que a amilose e isso tem um impacto importante para a saúde. No trigo comum temos que 75% do amido é amilopectina e 25% é amilose. Como a amilopectina é melhor digerida ela vai produzir uma quantidade maior de moléculas de glicose que vão entrar rapidamente para a corrente sanguínea e aumentar tanto a glicemia quanto o nível de insulina, repercussão direta no amento de peso. A amilopectina possui 3 tipos A, B e C. A amilopectina tipo A é a que ocorre no trigo e é a que é melhor absorvida e por isso engorda muito mais. A amilopectina B é encontrada em bananas e batatas por exemplo e sua absorção é intermediária. E a amilopectina tipo C é a que ocorre nos leguminosas (feijões). Embora todos sejam carboidratos complexos, a sua estrutura e a sua absorção é que vão determinar seu papel no ganho de peso e não simplesmente a quantidade de calorias que cada um possui. Algumas pessoas quando querem emagrecer logo se apressam em retirar o feijão da alimentação ficando com o arroz, escolha equivocada. Conhecendo as amilopectinas, você agora já sabe que comer feijões moderadamente não engorda e até emagrece! Para quem está acima do peso é importante saber que toda vez que a taxa de glicose aumenta no sangue, o pâncreas produz insulina. Este hormônio leva a glicose para dentro das células, mas também transforma glicose em gordura. Duas fatias de pão eleva mais a glicose no sangue do que uma lata de refrigerante normal! Na verdade o trigo está entre os alimentos que mais elevam a glicose e a insulina e por consequência entre os que mais engordam. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br

Porque não ficar longos períodos em jejum

Você não deve ficar muito tempo sem comer ou você deve comer a cada 3 horas, penso que todos nós já ouvimos estas frases mais de uma vez. Esta afirmativa esta correta tanto para quem quer emagrecer, como para quem quer ficar em forma. Mas você pode estar pensando, no fundo não é só fazer uma conta de quantas calorias são ingeridas e quantas são gastas e pronto? Infelizmente não é tão simples assim, a distribuição destas calorias ao longo do dia fazem toda diferença entre você ficar em forma ou engordar. Quando fazemos as refeições principais e as intermediarias ao longo do dia, várias coisas vão acontecer no nosso metabolismo, mas a principal delas é que dificilmente vamos estar morrendo de fome antes de qualquer refeição, nossa fome vai estar sobre controle. Quando ficamos mais de 4 horas sem comer (em média), nosso produz uma substancia chamada Ghrelina, que vai pelo sangue até o cérebro e avisa que já é hora de comer, se não comemos, ela continua a se elevar e quando vemos já estamos literalmente atacando a comida. Outra implicação bioquímica das refeições espaçadas regularmente é sobre a nossa glicemia, que tende a ser mais estável bem como a taxa de insulina que também não sofrera grandes oscilações, claro, desde que comamos os alimentos adequados. Pessoas que fazem 1 ou 2 refeições ao dia, recebem grande aporte de calorias nestas duas refeições, o que leva a dois grandes picos de insulina logo após estas refeições, elevação esta que vai ser mantida por um bom período. Quando a insulina fica muito acima de seus valores basais provoca várias reações bioquímicas deletérias, entre as quais a transformação das calorias excedentes em tecido gorduroso, processo que chamado lipogênese. Não bastasse isso, a insulina cronicamente elevada impede nosso corpo de usar a gordura excedente para gerar energia. Nosso corpo funciona basicamente com duas fontes de energia, os carboidratos e as gorduras. Quando a glicose e a insulina estão equilibradas, nós usamos normalmente a gordura como fonte energética. Quando fazemos exercícios moderados também queimamos gordura e somente quando eles são mais intensos é que utilizamos os carboidratos, mas para quem gordura em excesso não funciona desta forma. Como quase sempre o excesso de peso esta acompanhado de uma dosagem de insulina acima do basal esperado, justamente por conta de excesso de carboidratos de alto IG na dieta, o corpo preferencialmente utilizar esta glicose que esta sobrando, conservando intacta a gordura. Quando entendemos este caminho metabólico fica mais fácil compreender porque algumas pessoas apesar de fazerem atividade física regularmente, não conseguem emagrecer de forma consistente. Nosso corpo também produz uma enzima chamada lipase lipoproteica, ela é muito importante para quem quer emagrecer porque é ela que determina quanto do que comemos vai ser armazenado como gordura. Quando ficamos muitas horas sem comer os níveis de lipase lipoproteica vão se elevando e quando comemos novamente, o corpo sabiamente já estoca parte desta alimentação como gordura, fato que não ocorre quando nossa alimentação é bem distribuída ao longo do dia. Depois que compreendemos como agem estes hormônios e enzimas, podemos notar que tão importante quanto a quantidade de calorias que ingerimos, é que a sua distribuição ao longo do dia pode fazer toda diferença quando o assunto é excesso de peso. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com Site: www.fabiopisani.med.br