02 novembro, 2013

Disbiose Intestinal I

Não é novidade para ninguém que nas últimas décadas nossos hábitos alimentares mudaram para pior. Estamos consumindo cada vez mais alimentos processados e os alimentos em seu estado natural estão cada vez mais contaminados por antibióticos, hormônios, fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas. Isso sem contar o empobrecimento do solo que produz alimentos com concentrações cada vez mais baixas de minerais e outros nutrientes. O processamento industrial dos alimentos tem nos levado a comer quantidades cada vez maiores de carboidratos refinados, que estão presentes em quase tudo que comemos. Como os alimentos industrializados tem que durar mais tempo nas prateleiras, o número de aditivos presentes neles como os conservantes, acidulantes, flavorizantes e corantes é muito grande. E o pior é que ainda não sabemos ao certo como estes aditivos estão afetando nossa saúde. O número crescente de substancias estranhas que ingerimos com os alimentos aliado a quantidade absurda de poluentes ambientais que penetram em nosso corpo não só pela boca, mas também pela pele e pela respiração tem levado, do meu ponto de vista, a uma perda da capacidade de absorção adequada ao nível do intestino delgado e uma sobrecarga na função de destoxificação hepática. Estes dois fatores citados acima tem sido considerados por pesquisadores como os mais importantes na gênese de várias patologias que tinham baixa prevalência há 30 ou 40 anos atrás como obesidade, síndrome do cólon irritável, artrite reumatoide, vários tipos de câncer e algumas patologias ligadas ao sistema nervoso como TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), autismo, depressão. A mucosa intestinal é formada uma única camada de células (diferente da pele que possui várias camadas), que separa a luz intestinal da circulação sanguínea. Esta barreira celular pode ser considerado uma “peneira inteligente”, pois quando está funcionando normalmente consegue separar o que vai ser absorvido e levado até o fígado para metabolização e do que deve ser eliminado. O processo de digestão, separação e absorção intestinal não poderia existir sem a ajuda da flora intestinal (hoje chamada de microbiota o microbioma intestinal). A microbiota intestinal é composta por bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos benéficos quase que na sua totalidade. O equilíbrio desta flora impede que micro-organismos patogênicos cresçam e provoquem doenças no corpo. O desequilíbrio da flora intestinal é chamado de disbiose intestinal. Em nosso corpo temos cerca de 10 trilhões de células e 100 trilhões de micro-organismos que habitam em sua maioria na flora intestinal. Apesar do número impressionante, a flora intestinal pesa relativamente pouco, cerca de 2 kg, e a cada evacuação mandamos embora boa parte dela, mas que logo é recomposta. Quando substancias toxicas chegam ao nosso intestino elas lesam a mucosa aumentam a sua permeabilidade que se torna menos seletiva e com isso permite que grandes moléculas, toxinas, metais pesados e micro-organismos penetrem na circulação sanguínea. Todo esse “lixo” (via sistema porta) vai chegar o fígado, que quase sempre dá conta de se livrar das toxinas. Mas quando isso não acontece nosso sistema imune vai entrar em ação e começam as hipersensibilidades, as intolerâncias e as alergias alimentares e outras doenças ligadas ao sistema imune. Atualmente estudos indicam que o tratamento da obesidade deve incluir também o tratamento da disbiose intestinal, fazer uma recomposição da microbiota intestinal. Existem várias espécies de micro-organismos no intestino, mas os lactobacilos e as bifidobactérias com suas cepas parecem ter o papel importante no ganho de peso. A disbiose pode levar ao aumento de peso por vários caminhos, vou apenas cita-los, pois ainda são objeto de estudos. a. Aumento de absorção de gorduras b. Alteração da glicemia e dos níveis de insulina c. Indução de aumento da célula de gordura Postarei Disbiose Intestinal II em breve. Dr. Fabio Pisani CRM: 43711 Medicina Ortomolecular I Acupuntura Médica I Fitoterapia R Dr. Vieira Bueno, 142, Cambuí Campinas, SP, CEP 13024-040 Fones Clínica: 19 3254-4012 e 19 3254-0747 Emails: drfabiopisani@hotmail.com I fpisani@uol.com.br I pisani.fabio@gmail.com

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